sábado, 6 de junho de 2009

Para uma população celular crescer é necessário


Quando uma célula vai sofrer multiplicação, ocorre a ligação de um fator de crescimento a um receptor específico na membrana celular, que resulta em transdução de sinal para o núcleo e indução e ativação da transcrição do DNA.

Em neoplasias, células cancerosas adquirem auto-suficiência no crescimento obtendo a capacidade de sintetizar fatores de crescimento aos quais elas respondem, ou ainda estimulam a superprodução de um fator de crescimento ao seu redor.

Outra forma de desequilíbrio do crescimento celular comum em neoplasias é a superexpressão ou mutação de receptores de fator de crescimento, ocorrendo estímulo para a transdução de sinal mesmo na ausência do fator de crescimento no ambiente, ou na presença de quantidade que normalmente seria insuficiente para causar multiplicação celular.

Proteínas sinalizadoras também podem ser alvo de mutação e provocar contínua proliferação celular, bem como pode haver alterações nos genes que conduzem o ciclo celular.

Nas situações descritas acima, referimo-nos a PROTOONCOGENES (ou oncogenes). Mas, o câncer pode ser resultante de uma insensibilidade da célula aos sinais inibidores do crescimento celular. Os produtos derivados destes genes são proteínas que funcionam como "freios" à proliferação celular, por conduzir a célula para uma fase quiescente (G0) ou uma fase diferenciada sem potencial mitogênico. Nestes casos, falamos em GENES SUPRESSORES DE TUMOR.

Mutações em GENES que regulam a APOPTOSE podem resultar em neoplasias, porque permitem que as células evadam da morte celular programada e se acumulem.

Finalmente, devemos lembrar que defeitos nos GENES DE REPARO DO DNA também estão relacionados ao surgimento de neoplasias, porque permitem o acúmulo de erros no DNA, os quais podem inclusive atingir um dos grupos genéticos anteriormente citados e assim promover (ou permitir) a proliferação celular descontrolada.

Enfim, quando se discute a genética das neoplasias, não se pode esquecer destes grupos genéticos - protooncogenes, genes supressores de tumor, genes da apoptose e genes de reparo do DNA. Embora, possamos imaginar o envolvimento de outros erros genéticos associados ao câncer, tais como genes relacionados ao sistema imunológico e a codificação de miRNA. Mas, isto é assunto para outro dia.

Comentário adicional (13 de junho.09). O RNAmi (miR-155) comporta-se como um produto de genes supressores de tumor.

Dorsett et al. MicroRNA-155 Supresses Activation-Induced Cytidine Deaminase-Mediated Myc-Igh Translocation. Immunity, v.28, n.5, p.630-638, 2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário