terça-feira, 12 de outubro de 2010

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Quem realmente é a favor da CENSURA?




A Folha de São Paulo, a Veja, a Globo e e outros gostam de falar contra a CENSURA, mas são os primeiros a censurarem.... São estes PIGs que praticam a CENSURA no Brasil.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Novo papel para o microRNA


Assim, o microRNA neste caso não está sendo complementar ao RNAm e assim bloqueando-o, mas concorre com este na ligação com proteínas reguladoras de transcrição de DNA.

Perrotti, D.; Eiring, AM. A new role of microRNAs in cancer. Future Oncology. 2010, Vol. 6, No. 8, Pages 1203-1206.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

miRNA e câncer - uma rede com rebeldes


Os microRNAs formam redes de trabalho nas células. Cada tipo de célula possui uma rede peculiar. Mas quando se verifica a teia formada pelos miRNAs em células em neoplasias malignas, observa-se a rebelião de alguns miRNAs que passam a trabalhar sozinhos.

Assim, mais que uma superexpressão ou perda de um gene, deve-se observar a presença destes grupos.

FONTE:
Ohio State University Medical Center (2010, May 2). Cancer cells show rewired, fragmented microRNA networks. ScienceDaily. Retrieved May 3, 2010, from http://www.sciencedaily.com­ /releases/2010/05/100503111828.htm

sábado, 1 de maio de 2010

Homem barbeiro

O BRASIL JÁ HAVIA MOSTRADO QUE O DNA DO Tripanosoma cruzi ERA ASSIMILADO

O Trypanosoma cruzi, protozoário causador da Doença de Chagas, é capaz de transferir parte de seu DNA para o organismo infectado. A descoberta desse fenômeno deve-se ao trabalho da equipe do professor Antonio Teixeira, do Laboratório Multidisciplinar de Doença de Chagas da UnB. A pesquis foi publicada pela revista Cell.

A hipótese de transferência lateral de DNA demorou para ser aceita entre a comunidade científica. Havia casos em que o paciente morria em decorrência dos sintomas da doença, como inchaço no coração, porém os médicos não encontravam traços do protozoário na área atingida. "Não havia proximidade física entre as lesões e os ninhos do parasita. Aquilo ficou tão marcado que pensamos que a doença era autoimune. Células do sistema imune destruindo fibras cardíacas", contou o professor.

Instigado com essa questão, Teixeira formulou a hipótese de transferência genética entre parasita e hospedeiro. O mistério foi desvendado quando os pesquisadores da UnB encontraram o cinetoplasto característico do Trypanosoma cruzi dentro do DNA de organismos infectados pelo protozoário. Nadjar Nitz, uma das pesquisadoras da equipe, elaborou uma técnica inovadora para localizar a presença do cinetoplasto no genoma. É uma alternativa inédita, simples e barata, desenvolvida a partir do aperfeiçoamento da técnica de PCR, que se baseia na reprodução de uma grande quantidade de genes.

Dessa forma, a equipe procurou esses traços genéticos do Trypanosoma cruzi em coelhos infectados pelo parasita e em seus filhos. O estudo comprovou a presença do cinetoplasto do protozoário nos filhotes. Ou seja, o protozoário transferiu parte de seu DNA ao organismo hospedeiro, e esses genes foram tranferidos aos descendentes, ainda que nunca tenham tido contato com o parasita. A pesquisa agora vai buscar novas formas de tratamento para a doença.

Fonte:
http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=3230

quinta-feira, 29 de abril de 2010

TGF beta atrapalha a regeneração no SNC


A pergunta que devemos fazer não é

- POR QUE O SISTEMA NERVOSO NÃO É CAPAZ DE REGENERAR?

Mas,

- O SNC É CAPAZ DE REGENERAR, ENTÃO, O QUE ATRAPALHA A REGENERAÇÃO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

SIAT-G: Sistema de Informação sobre Agentes Teratogênicos e Doenças Genéticas


O SIAT-G é um projeto de extensão da Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte (CE) que tem por objetivo informar a população sobre agentes teratogênicos e sua influência sobre o feto durante a gravidez, além de informar sobre doenças genéticas.

Este projeto faz parte de um grupo nacional de SIATs, sendo este o único do Brasil que informa sobre doença genéticas.

As pessoas interessadas em conhecer mais sobre o projeto podem ligar para o telefone

(88) 3572.7828

De segunda a sexta, de 08:00 às 11:30.

sábado, 24 de abril de 2010

miRNA... atenção! atuam também na comunicação celular



A figura é apenas ilustrativa.... Não se refere diretamente ao estudo relatado a seguir.

Os microRNAs podem mover-se de uma célula a outra,

desta forma,

os microRNAs agora pertencem à lista de moléculas móveis (hormônios, proteínas, entre outros) que permitem a comunicação entre células no desenvolvimento dos tecidos de órgãos.

Nature, 21 de abril de 2010
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Carlsbecker et al.. Cell signalling by microRNA165/6 directs gene dose-dependent root cell fate. Nature, 2010

quarta-feira, 21 de abril de 2010

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Zigoto? Zigotos?... começa com 1 ou 2 ?




FECUNDAÇÃO
....
Após penetrar no citoplasma do ovócito, o espermatozóide perde a cauda, seu núcelo cresce e seus cromossomos simples se duplicam de modo que cada um deles fica com duas cromátides. Ao mesmo tempo, o ovócito fecundado termina sua meiose e os cromossomos que ficam no interior da célula, agora chamada de óvulo, duplicam-se e se condensam tal como os do espermatozóides. Os envoltórios dos dois núcleos se desintegram, mas seus cromossomos não se reúnem, de modo que não chega a se formar um verdadeiro núcleo zigótico: os cromossomos maternos e paternos, já duplicados e condensados, prendem-se ao fuso e o zigoto entra diretamente em metáfase.
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Fonte:
LIMA, Celso Piedemonte. Genética Humana. 3ª ed., São Paulo, editora Harbra, 1996. pág. 51.

terça-feira, 6 de abril de 2010

miR-210 - o RNA micro da hipóxia!

Ho AS, Huang X, Cao H, Christman-Skieller C, Bennewith K, Le QT, Koong AC. Circulating miR-210 as a novel hypoxia marker in pancreatic cancer. Transl Oncol, 2010, 3(2): 109-13.

O miRNA-210 é induzido por hipóxia, e, justamente por isso, Ho e col. (2010) pensaram que uma vez que a hipóxia é uma marca do adenocarcinoma pancreático, poderiam utilizá-lo (miR0210) como marcador para rastreamento deste tipo de câncer. E foi exatamente isto que encontraram em pacientes com câncer pancreático (controle = sem cancer de pancreas), ou seja, níveis de miR-210 elevados na circulação que poderá servir como marcador diagnóstico.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

miRNA - feridas crônicas isquêmicas



MicroRNAs são pequenos RNAs que atuam regulando a síntese proteica.

miR-210 é um miRNA que bloqueia a síntese da proteína E2F3, que, por sua vez, é responsável por estimular a multiplicação de ceratinócitos.

Sob hipóxia, os ceratinócitos expressam o fator 1a induzido por hipóxia (HIF-1A) e este estimula a síntese de miR-210.

NOTA:
EM 2007, o grupo já havia publicado o seguinte artigo

MicroRNA in Cutaneous Wound Healing: A New Paradigm
Shani Shilo, Sashwati Roy, Savita Khanna, Chandan K. Sen
DNA and Cell Biology. April 2007, Vol. 26, No. 4: 227-23
OUTRAS POSTAGENS SOBRE O TEMA miRNA

http://rapidinhaspatologicas.blogspot.com/2010/03/sindrome-de-down-uma-nova-forma-de-ver.html

http://rapidinhaspatologicas.blogspot.com/2009/07/da-serie-siglas-que-preciso-conhecer.html

http://rapidinhaspatologicas.blogspot.com/2009/07/diminicao-do-lumen-vascular-e-rnami.html

http://rapidinhaspatologicas.blogspot.com/2009/06/processamento-do-rnami.html

http://rapidinhaspatologicas.blogspot.com/2009/06/o-quarto-rna.html

quarta-feira, 24 de março de 2010

SÍNDROME DE DOWN - uma nova forma de ver a síndrome

Acredita-se que em indivíduos com síndrome Down (SD), o cromossomo 21 extra resulte em uma maior expressão de proteínas e isto seja responsável pelas alterações.

Contudo, agora
Terry Elton argumenta que o oposto seja a verdade - que deficiência de expressão de uma proteína no cérebro contribua para o comprometimento cognitivo e cardiomiopatias congênitas presentes na síndrome.

Pessoas e ratos com SD apresentam baixos níveis desta proteína quando comparadas com pessoas e ratos sem SD.

Uma droga experimental que atua sobre RNAmi (RNA micro) possibilitam o retorno dos níveis normais da proteína em ratos.

Quando o RNAmi é superexpresso, o nível de proteína cai. Existem cinco (05) tipos de RNAmi alojados no cromossomo 21 superexpressos em pessoas com SD.

"Estamos falando de um paradigma de mudança de idéia de que talvez nós devemos olhar para as proteínas subexpressads na síndrome de Down", disse Terry Elton, autor sênior do estudo e professor de farmacologia na Universidade Estadual de Ohio.

"O que este oferece para a comunidade de síndrome de Down é o potencial de pelo menos cinco novos alvos terapêuticos para perseguir."

O estudo foi publicado no Journal of Biological Chemistry.

Elton se defrontou com esta teoria sobre a síndrome de Down, enquanto trabalhava em uma proteína associada a diferentes doenças cardiovasculares. Acontece que a proteína que estudou durante 25 anos é regulada por um desses microRNAs.

MicroRNAs são pequenos pedaços de RNA que se ligam ao RNA mensageiro inibindo a tradução.

O mau funcionamento do microRNA-155, ou MIR-155, está na base da patogênese dos problemas cardíacos em indivíduos com SD.

"Assim, se interessou pelo mir-155, e é no cromossomo 21. É assim que saltou para a síndrome de Down", disse Elton.

Há também uma forte ligação entre o coração e síndrome de Down. Cerca de metade das pessoas com a síndrome nascem com cardiopatias congênitas - problemas com a anatomia do coração, não artérias coronárias. Mas eles não experimentam a doença cardiovascular ou pressão arterial elevada.

"Isso significa que essas proteínas estão em excesso quando os microRNAs estão subexpressados", disse Elton.

O grupo de Elton teve que fazer um palpite baseado em uma variedade de dados, incluindo que as proteínas que estão ligadas a estes microRNAs são feitas pelas células no cérebro e coração - duas áreas mais afetadas pelo síndrome de Down.

Uma proteína de superfície - metil-CpG-binding protein 2, conhecido como MeCP2 - foi avaliada porque uma mutação neste proteína já é conhecida a levar a síndrome de Rett, uma desordem cognitiva.

"Assim nós pensamos que era mais do que uma coincidência que esta proteína desempenha um papel no desenvolvimento normal do cérebro, e se a proteína não funciona direito, você vai ter o prejuízo cognitivo. Talvez esta seja a ligação", disse Elton . "Nós ainda não sabemos se esta é a proteína mais importantes relacionadas com a síndrome de Down. Mas nós fomos capazes de ir e provar cientificamente que MeCP2 é um alvo desses microRNAs no cromossomo 21."

Os investigadores usaram apenas dois dos cinco microRNAs no cromossomo 21 para os experimentos deste estudo, miR-155 e miR-802, para combinar com o microRNAs disponível somente no modelo de camundongo geneticamente modificado da síndrome de Down.

Primeiro, os pesquisadores fizeram cópias dos microRNAs relevantes. Em linhagens de células do cérebro humano, eles manipularam níveis dessas duas moléculas para mostrar a relação inversa com a proteína. Se os microRNAs foram mais ativos, o nível da proteína MeCP2 caiu. Quando os microRNAs foram subexpressos , os níveis de proteína subiu.

Em seguida, os investigadores examinaram o tecido cerebral adulto e fetal humano saudável de síndrome de Down e as amostras obtidas de um banco de tecidos nacionais.

"Em ambos os adultos e fetal em amostras de cérebro síndrome de Down, não importa qual a área do cérebro que estávamos olhando, as proteínas MECP2 foram para baixo. Estas são apenas observações com qualquer tipo de manipulação da nossa parte, e os MeCP2 é quase inexistente existente no cérebro síndrome de Down ", disse Elton. "Marcamos a proteína com uma molécula fluorescente, e por comparação, podemos visualizar e apreciar como MeCP2 muito estava sendo feito pelos neurônios nas amostras de controle."

MeCP2 é um fator de transcrição, o que significa que tornam genes ligado e desligado. Se os seus níveis são muito baixos no cérebro, isso sugere que os genes influenciados pela sua presença deve ser mau, também. Baseado na pesquisa anterior por um outro grupo, Elton e colegas focada em dois genes afetados pela proteína MeCP2 para seu próximo conjunto de experimentos.

Olhando novamente as amostras de tecido do cérebro humano, eles descobriram que os genes estavam realmente afetados pelo nível de proteína em cérebros reduzidos de síndrome de Down - um gene que normalmente MeCP2 silêncios foi em abundância, e o gene que deveria ter sido ativado foi SUBEXPRESSADO. Como os dois genes examinados ter conhecido papéis no desenvolvimento neural, Elton disse que os resultados sugerem ainda mais fortemente os efeitos da proteína é reduzida nos genes provavelmente contribuem para os problemas cognitivos associados com a síndrome de Down.

Finalmente, os investigadores testaram uma droga experimental chamada uma antagomir em camundongos que servem de modelos para a investigação síndrome de Down. Antagomirs são agentes relativamente novos que inativam os microRNAs. Os cientistas injetaram um antagomir no cérebro desses ratos para silenciar o mir-155 com a intenção de aumentar os níveis da proteína MECP2. Sete dias após a injeção, o nível da proteína no cérebro do rato tratado semelhante níveis em cérebros de camundongos normais.

"Nós mostramos que nós podemos consertar a anomalia da proteína em camundongos que modelo de síndrome de Down. Mas não podemos desfazer a patologia que já ocorreu", disse Elton. "É um ponto de partida, mas parece que temos novos alvos terapêuticos para considerar".


FONTE
http://www.sciencedaily.com/releases/2010/03/100323121839.htm

terça-feira, 23 de março de 2010

Ossos de aves são mais pesados



Sempre se fala que os ossos dos pássaros são mais leves para, dentre outros objetivos, facilitar o vôo das aves.... mas um estudo em 17 de março de 2010 na Proceedings of the Royal Society B mostrou que os ossos das aves são mais densos e até mais pesados que do que o de mamíferos de porte comparável.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Invadópodes (microtentáculos?)...


Em 22 de setembro de 2009, fiz uma postagem sobre INVADÓPODES. A estrutura foi descrita como projeções a partir das células neoplásicas que permitem o seu avanço (invasão) nos tecidos vizinhos.

Agora, em uma nova publicação na ONCOGENES (15 de março), a equipe de Dr. Stuart Martin revela que a proteína "tau" (associada ao Alzheimer) promove a formação de "microtentáculos" em células de tumor de mama, permitindo que as células se desloquem e invadam os tecidos vizinhos, e se liguem a pequenos capilares pulmonares.

O estudo foi divulgado no site SCIENCEDAILY.
FONTE:
http://www.sciencedaily.com/releases/2010/03/100312133712.htm

domingo, 14 de março de 2010

It is difficult to define the spaces, since there is great interplay between them. However, we can say that the epithelium bounding the spaces inside and outside the body.

Thus, through the skin or mucous membrane, a particle would be moving from the external environment to the internal environment, or vice versa.

Bacteria are often on our surfaces. They're on the epithelia. On the skin. On mucous membranes.

Bacteria form in these areas, colonies - biofilms.

Occasionally, a bacterium can cross the epithelial barrier and reach our internal environment - BT. From there you can even spread (spread) - metastatic dissemination.

This results in inflammatory immune response. Not even disregarding the epithelial surface has a lot to answer immuninflamatory, but secondary to passage of antigens or phagocytosis of bacteria by antigen presenting cells.

Following this logic, we could identify the light of the gastrointestinal tract, and URINARY TRACT, for example, as a means external to the body.

Thus, bacteria in the gut would not be in but outside the body.
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An interesting situation is occurring in true cysts, in which the material inside the cyst is enclosed, separated from the interstitium. There is a demarcation of the epithelium of the cyst. IE, the cyst fluid is compatible with a means external to the body.
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Now, the rationale for expanding the cellular level. We can check the status of mitochondria.
...
Were they inside or outside the cell?
;-)

Dentro ou fora? (parte 2)

É difícil delimitar os espaços, uma vez que há grande interrelações entre eles. Porém, pode-se dizer que os epitélios delimitam os espaços internos e externos ao corpo.

Assim, atravessando a pele ou uma mucosa, uma partícula estaria transferindo-se do meio externo ao meio interno, ou vice-versa.

As bactérias estão frequentemente sobre nossas superfícies. Estão sobre os epitélios. Sobre a pele. Sobre as mucosas.

As bactérias formam, nestas superfícies, colônias - os biofilmes.

Ocasionalmente, uma bactéria pode atravessar a barreira epitelial e alcançar nosso MEIO INTERNO - translocação bacteriana. A partir daí pode inclusive se espalhar (difundir) - disseminação METASTÁTICA.

Isto resulta em resposta imune inflamatória. Não desconsiderando que mesmo na superfície epitelial já se monte uma resposta imuneinflamatória, mas secundária a passagem de antígenos ou de fagocitose da bactéria por células apresentadoras de antígenos.

Nesta lógica, poderíamos identificar a luz dos tratos GASTROINTESTINAL, URINÁRIO e RESPIRATÓRIO, por exemplo, como meios externos ao organismo.

Assim, uma bactéria no intestino não estaria dentro mas fora do organismo.
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Uma situação interessante é a que ocorre nos cistos verdadeiros, em que o material no interior do cisto está delimitado, separado do interstício. Há um epitélio de delimitação do cisto. OU SEJA, o interior do cisto é compatível com um meio externo ao organismo.
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Agora, ampliando o raciocínio para o nível celular. Podemos verificar a situação das mitocôndrias.
...
Estariam elas dentro ou fora da célula?
;-)

terça-feira, 9 de março de 2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

Nota sobre mitocôndrias

1.
Há uma derivação clonal das células que formam um nódulo cirrótico hepático, como demonstrado pelo estudo de genes mitocondriais mutados - citocromo C oxidase negativo.
Lin WR, Lim SN, McDonald SA, Graham T, Wright VL, Peplow CL,
Humphries A, Kocher HM, Wright NA, Dhillon AP, Alison MR.
The histogenesis of regenerative nodules in human liver cirrhosis.
Hepatology. 2009 Nov 30;51(3):1017-1026.


2.
Exposição prolongado à hiperóxia, que é rotineiramente
utilizada em pacientes com falência respiratória, leva
a geração de radicais livres excessiva e consequente
injúria pulmonar. Mas, os macrófagos pulmonares para
sobreviverem apresentam aumento da atividade antioxidante
de suas mitocôndrias, o que protege o DNA mitocondrial
de mutações.
.
Kokubo, et al. Macrophages that survive hyperoxia exposure have higher
superoxide dismutaseactivities in their mitochondira. Adv Exp Med Biol.
662: 63-69, 20910.

.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Nossa microbiota mais abundante - MITOCÔNDRIAS

As mitocôndrias podem ser vista, ao invés de organelas, como microrganismos que infectam nossas células.
As mitocôndrias podem ser vista, ao invés de organelas, como microrganismos que infectam nossas células.

Uma bactéria que fez um contrato de amizade e colaboração com as células eucarióticas, em troca de um ambiente protegido em seu interior. A célula eucariótica entra com a casa (hospedagem) e a entrega de matéria prima, enquanto a mitocôndria faz um serviço altamente especializado de obter energia a partir de um substrato que a célula não consegue utilizar - Piruvato. Além disso, a mitocôndria regula a diferenciação celular, através da ativação das vias de caspases, e ainda regula a transição durante a interfase (G1 a S), após a fusão de todas as mitocôndrias, formando um grande "retículo mitocondrial".




Mas, a mitocôndria pode se revoltar com a célula devido à quebra no contrato. Por exemplo, quando a célula não entrega a matéria prima (e.g., oxigênio). A mitocôndria libera substâncias e até mesmo origina uma descarga de cálcio, como retaliação à célula.

Assim, a mitocôndria continua sendo uma bactéria que fechou negócio com nossas células. Agora, descobriu-se também que durante a oncose a liberação de mitocôndrias na corrente sanguínea desencadeia a resposta inflamatória, por exposição de suas PAMPS - "pathogen-associated molecular patterns".

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Reflexões sobre mortalidade e saúde do homem


Leitura, interpretação e reflexões sobre os dados


Nos gráficos acima, observa-se a proporção de mortalidade, para diferente faixas etárias, entre homens e mulheres.

As mortes são relacionadas aos grupos indicados na caixa "GRUPOS DE CAUSAS DE MORTALIDADE". E os dados se referem aos do Estado do Ceará, no ano de 2006.

A figura A inclui todas os óbitos, enquanto a figura B exclui os óbitos devidos a causas externas.

Observe que as faixas etárias estão divididas por décadas - 10 a 19 anos, 20 a 29 anos até 70 a 79 anos. No entanto, as três primeiras colunas de cada gráfico são respectivamente menores de 1 ano, 1 a 4 anos e 5 a 9 anos. E a última coluna refere-se aos óbitos a partir de 80 anos.

Analisando inicialmente o gráfico A, percebe-se que para todas as faixas etárias a mortalidade é maior no sexo masculino do que no sexo feminino, a não ser a partir de 80 anos.

Já apartir de 5-9 anos a mortalidade se amplia, e considerando as causas, verifica-se um crescente aumento de CAUSAS EXTERNAS para o sexo masculino (não expresso no gráfico).
Esta mortalidade diferenciada se acentua até 20-29 anos, quando começa um lento declínio. Novamente CAUSAS EXTERNAS constituem-se em principal grupo de causas entre os homens.
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A partir da figura B, em que foram excluídos os dados referentes a óbitos por CAUSAS EXTERNAS, pode-se verificar ainda maior mortalidade entre os homens do que entre as mulheres. Mas a diferença foi imensamente reduzida, e o grupo etário que apresenta maior diferença migrou de 20-29 anos para 30-39 anos. Isto se deve a uma diminuição percentual importantíssima na proporção de morte por CAUSAS EXTERNAS.

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

APOPTOSOMA

Apoptose - morte ou ULTRADIFERENCIAÇÃO? (2)


Lynn Megeney, PhD

Senior Scientist, Regenerative Medicine, Ottawa Hospital Research Institute

Mach Gaensslen Chair in Cardiac Research

Associate Professor, Departments of Medicine and Cellular and Molecular, University of Ottawa


Current Research Activities

Cell Fate Determination
Multi-cellular organisms contain an impressive array of cell phenotypes, a catalogue of almost limitless possibilities. Despite such complexity, basic cell fate is limited in scope. For example, at some point in their respective life cycle, all cells from simple or complex biota will divide, mature, senesce and die. The endpoint for each cell fate appears distinct, yet the initial changes that take place within dividing, dying, or maturing cells are remarkable similar. Our laboratory is exploring the hypothesis that changes in cell fate are initiated by a limited set of core proteins. Moreover, it is our contention that this core set of regulatory factors are widely known pro-apoptotic proteins.

Determinação do destino celular

Organismos multi-celulares apresentam um impressionante conjunto de fenótipos, um catálogo quase ilimitado de possibilidade. A despeito desta complexidade, o destino básico é limitado. Por exemplo, em algum momento nos seus respectivos ciclos de vida, todas as células, em biotas simples ou complexas, irão se dividir, amadurecer, sofrer senescência e morrer. O ponto final de cada célula parece distinto, ainda que as mudanças iniciais que ocorrem em cada etapa é marcantente similar. No laboratório trabalha-se com a hipótese de as mudanças no destino são iniciados por um limitado grupo de proteínas. Além disso, argumentamos que este grupo de fatores de regulação são amplamente conhecidos como proteínas PRO-APOPTÓTICAS.


In support of this hypothesis we have demonstrated that the terminal executioner protease caspase 3 is required for normal differentiation of skeletal muscle stem cells and inhibition of caspase activity leads to a dramatic reduction in muscle formation (Fernando et al. 2002). Subsequently, the pro-differentiation effects of this 'cell death' protein have been reported in a variety of cell types, suggesting that caspase directed differentiation is a highly conserved mechanism (Fernando and Megeney 2007; Abdul-Ghani and Megeney 2008). In addition, we have begun to explore the evolutionary "intent" of these pro-apoptotic cascades using both yeast and Drosophila models. In this regard, we have demonstrated that the single caspase protein found in yeast plays a vital role in cell cycle progression independent of any effect on cell death (Lee et al. 2008). We are continuing to investigate the nature of this pathway, as well as exploring the mechanisms by which these pro-apoptotic proteins engineer distinct cell fate outcomes.

Apoiando esta hipótese, foi demonstrado que a protease executora final CASPASE 3 é necessária para a diferenciação normal do músculo esquelético e que a inibição da atividade de caspase resulta em uma redução dramática na formação dos músculos (Fernando et al. 2002). Subsequentemente, os efeitoes pro-diferenciação destas proteínas da morte celular foi também encontrado em outros tipos de células, sugerindo que as CASPASES DIRECIONAM A DIFERENCIAÇÃO através de mecanismos altamernte conservados (Fernando and Mdegeney, 2007; Abdul-Ghani & Megeney 2008). Além disso, o grupo começou a explorar os "objetivos" da evolução destas cascatas pró-apoptóticas em leveduras e moscas. Neste sentido, demonstrou-se que uma única proteínba caspase em levedura tem um papel vital na progressão do ciclo celular independente de qualquer efeito de sobre a morte celular (Lee et al., 2008). O grupo continua investigando a natureza desta via, bem como explorando os mecanismos pelos quais estas proteínas constroem diferentes destinhos para a célula.


The premise we are exploring is a fundamental biologic question, yet the knowledge gained may have a profound impact on a number of human diseases. For example, we anticipate that the genetic loss or inhibition of apoptotic proteins may cause the defective differentiation program in many cancer cell types. We are also investigating the role of apoptotic dependent signals as initiating events in cardiac hypertrophy, a common post-natal form of heart disease.

Parte-se do entendimento que constitui-se em QUESTÃO BIOLÓGICA FUNDAMENTAL, e que haverá profundo impacto em várias doenças em seres humanos. Por exemplo, o grupo antecipou que a perda genética ou a inibição de proteínas apoptóticas pode causar programas de diferenciação DEFEITUOSOS em vários tipos de CANCER. O grupo também investiga o de sinais apoptóticos com eventos iniciais na HIPERTROFIA CARDÍACA, uma forma pós-natal comum de doença cardíaca.

Muscle Disease Therapeutics

Tratamento de doenças musculares

In addition to our basic research interests, we are actively developing strategies and approaches to treat skeletal muscle and cardiac disease. Our laboratory was the first group in the world to report evidence of cardiac muscle stem cells (Hierlihy et al. 2002). Following this discovery and in collaboration with our commercial partners (Verio Therapeutics Inc.) we have been developing compounds that selectively activate these stem cells as a means to repair cardiac muscle damage following an infarct/heart attack.

Além dos interesses básicos, o grupo desenvolve estratégias e abordagens para tratar doenças cardíacas e do músculo esquelético. O grupo é um do primeiros do mundo a relatar evidências de células tronco no músculo cardíaco (Hierlihy et al. 2002). Junto a um parceiro comercial (Verio Therapeutics Inc) desenvolveu compostos que ativam seletivamente estas células tronco como um meio de reparar danos em músculo cardíaco após infarto cardíaco.




terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Apoptose - morte ou ULTRADIFERENCIAÇÃO ?

Fernando e Megeney (2007) perguntam IS CASPASE-DEPENDENT APOPTOSIS ONLY CELL DIFFERETIATION TAKEN TO THE EXTREME?

Para a célula que vai sofrer a apoptose, não há sentido neste suicídio pelo bem coletivo (ver O GENE EGOÍSTA, R. Dawkins), porém se este processo tivesse sido selecionado por outro motivo - diferenciação.

leia a seguir o ABSTRACT:

The benefits of apoptosis for a multicellular organism are obvious and fit the current dogma that the maintenance and viability of such organisms are dependent on the selective elimination of unneeded or deleterious cell types. However, self destruction at the level of the individual cell defies the most basic precepts of biology (sustaining life). If apoptosis is viewed through this construct then one question becomes paramount, i.e., why would an individual cell and its progeny develop, retain, or evolve a mechanism the sole purpose of which is to eliminate itself? In consideration of such a paradox, it is reasonable to postulate that prospective apoptotic pathways coevolved with and or were co-opted from another basic cell function(s) that did not involve the death of the cell per se. In the following article, we present the hypothesis that the conserved biochemical pathways of apoptosis are integral components of terminal cell differentiation and it is the time of engagement and activity level of these pathways that ultimately determines the choice between cell death or cell maturation.


http://www.ohri.ca/profiles/megeney.asp

Current Research Activities
Cell Fate Determination
Multi-cellular organisms contain an impressive array of cell phenotypes, a catalogue of almost limitless possibilities. Despite such complexity, basic cell fate is limited in scope. For example, at some point in their respective life cycle, all cells from simple or complex biota will divide, mature, senesce and die. The endpoint for each cell fate appears distinct, yet the initial changes that take place within dividing, dying, or maturing cells are remarkable similar. Our laboratory is exploring the hypothesis that changes in cell fate are initiated by a limited set of core proteins. Moreover, it is our contention that this core set of regulatory factors are widely known pro-apoptotic proteins.

Determinação do destino celular

Organismos multi-celulares apresentam um impressionante conjunto de fenótipos, um catálogo quase ilimitado de possibilidade. A despeito desta complexidade, o destino básico é limitado. Por exemplo, em algum momento nos seus respectivos ciclos de vida, todas as células, em biotas simples ou complexas, irão se dividir, amadurecer, sofrer senescência e morrer. O ponto final de cada célula parece distinto, ainda que as mudanças iniciais que ocorrem em cada etapa é marcantente similar. No laboratório trabalha-se com a hipótese de as mudanças no destino são iniciados por um limitado grupo de proteínas. Além disso, argumentamos que este grupo de fatores de regulação são amplamente conhecidos como proteínas PRO-APOPTÓTICAS.

segue nova postagem...

Caspases - diferenciação além da apoptose

Quando ocorrem fragmentações do DNA, as células disparam programas de morte celular (apoptose) através da ativação de proteínas membros da família Bcl-2, que ativam a dimerização de Bax e Bak formando canais nas mitocôndrias, e extravasamento de citocromo C.

O citocromo C ativa caspases e estas promovem a fragmentação celular - ZEIOSE.

No entanto, o bloqueio ou a remoção de caspase-3 interrompe também a produção de novas fibras musculares. Caspase-3 ativam DNase que danificam um gene que promove o desenvolvimento do músculo. O que acontece é que o processo de reparo do gene acaba por ativar o gene e assim o desenvolvimento do tecido (músculo).

Fernando et al. (2002) identificaram o papel das caspase-3 na promoção da miogênese.

Além disso, Fernando, Brunette & Megeney (2005) alertam que caspase-3 podem participar na diferenciação de células nervosas, consistindo em risco as terapias de inibição destas proteases.

Fungos também apresentam proteínas associadas ao processo de apoptose. Este fato é curioso se verificarmos que leveduras se comportam como células individuais. Lee et al. (2008) relataram que a inativação de Yca1p (proteína relacionada à apoptose) resulta em um maior período de transição de G1-S acompanhada por um crescimento mais lento, dentre outros processos.


Fernando, P; Kelly, JF; Balazsi, K; Slack, RS; Megeney, LA. Caspase 3 activity is required for skeletal muscle differentiation. Proc Natl Acad Sci USA. 2002, 99 (17): 11.025-30.

Fernando, P; Brunette, S; Megeney, LA. Neural stem cell differentiation is dependent upon endogenous caspase 3 activity. FASEB J. 2005, 19 (12): 1671-3.

Lee, RE; Puente LG; Kaern, M; Megeney, LA. A non-death role of the yeast metacaspase: Yca1p alters cell cycle dynamics. PLoS One, 2008, 3 (8): e2956.


Lee RE, Puente LG, Kaern M, Megeney LA.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Três achados sobre astrócitos e cálcio...

1.
Desenvolvido um protocolo, para monitorar simultaneamente o cálcio livre no citosol e no retículo endoplasmático, utilizando sondas fluorescente sintéticas.


Solovyova N, Verkhratsky A. Measurement of free Ca2+ concentration in the lumen of neuronal endoplasmic reticulum.
CSH Protoc
, 2010. Janeiro.


2.
Liberação de cálcio a partir dos estoques citoplasmáticos em astrócitos ocorre em resposta a aumento da pressão hidrostática a que estão submetidas estas células em doenças como o glaucoma.
Mandal A, Shahidullah M, Delamere NA. Increased hydrostatic pressure causes release of stored calcium
by cultured rat optic nerve head astrocytes. Invest Ophthalmol Vis Sci. 2010 Jan 13.
3.
Redes de células gliais (e.g., astrócitos) são capazes de manter uma onda de cálcio. Isto ocorre pela liberação de cálcio a partir de estoques internos após a difusão de ATP e sua ligação a receptores sobre as células ou após a passagem de inositol 1,4,5-trifosfato através de junções gap.
Edwards JR, Gibson WG. A model for Ca(2+) waves in networks of glial cells incorporating both intercellular
and extracellular communication pathways. J Theor Biol. 2009 Dec 11



Sobre astrócitos, cálcio e Alzheimer


Os astrócitos talvez sejam os responsáveis pela memória e até aprendizagem. E ao invés de impulsos nervosos nos neurônios, descargas de cálcio entre os astrócitos sejam responsáveis pela manuntenção dos processos cognitivos. Além disso, ainda, a possibilidade de participação em doenças como o Alzheimer diante dos achados de que nestes casos ocorrem descargas espontâneas de cálcio, criando verdadeiras ondas de cálcio que podem estar relacionadas à demência associada a esta condição (Alzheimer).

http://www.sciencedaily.com/releases/2010/02/100212172529.htm

Chow SK, Yu D, Macdonald CL, Buibas M, Silva GA.
Amyloid-beta directly induces spontaneous calcium transients,
delayed intercellular calcium waves, and gliosis
in rat cortical astrocytes. ASN Neuro.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Mais sobre câncer transmissível


Já havia tratado sobre este assunto aqui anteriormente, em http://rapidinhaspatologicas.blogspot.com/2009/06/cancer-doenca-transmissivel.html .

Em um novo artigo, foi demonstrada que as células do "devil facial tumor disease" são clonalmente derivadas, provavelmente, de células de Schwann.

O trabalho foi publicado na Science 327 (5961): 84-87, 2010, sob o título The Tasmanina devil transcriptome reveals Schwann cell origins of a clonally transmissible cancer.

AUTORES: Murchison EP, Tovar C, Hsu A, Bender HS, Kheradpour P, Rebbeck CA, Obendorf D, Conlan C, Bahlo M, Blizzard CA, Pyecroft S, Kreiss A, Kellis M, Stark A, Harkins TT, Marshall Graves JA, Woods GM, Hannon GJ, Papensuss AT.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Para pensar

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=inventor-amador-cria-luva-espacial-nasa&id=010130091125

Inventor amador cria luva espacial para a NASA

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

FoxJ1: "Pronto! já basta de mitose por aqui e por agora!"


O fator de transcrição codificado pelo gene FoxJ1 é ativado, no período próximo ao nascimento, nas células do cérebro, mas não nas células tronco da zona subventricular.

A zona subventricular é conhecido por ser o berçário dos neurônios ao longo da vida. Esta região do cérebro fica situada nas paredes dos ventrículos laterais.

É a partir desta região que novos neurônios migram para outras regiões do cérebro, como o bulbo olfatório, onde há constante morte de neurônios. Células novas podem também migrar a partir da zona subventricular para regiões onde ocorreram morte neuronais devido à isquemia.

O artigo deve sair no periódico DEVELOPMENT.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

RAMNOLIPÍDIOS - BIOFILMES - QUORUM SENSING


Pseudomonas aeruginosa, bacilo Gram negativo, é responsável por cerca de 10% das infecções hospitalares (4ª causa). A formação de biofilme permite sua permanência na infecção pulmonar, por aumentar a resistência a antibióticos bem como a respostas imunes do hospedeiro.

Na presença de resposta inflamatória, as bactérias produzem um sinal químico que estimula a produção de RAMNOLIPÍDIOS. Esta substância forma uma capa protetora sobre o biofilme que destrói leucócitos. A comunicação interbacyteriana é conhecida como Quorum sensing.

Os ramnolipídios são lipídios
produzidos por P. aeruginosa que têm atividade surfactante, detergente, antifúngica, antiviral e antibacteriana (contra Gram positivas). Estas substâncias são produzidas industrialmente para serem utilizadas na remediação de solos e no combate à poluição por óleo no ambiente marinho. Também, podem ser utilizadas como substitutos para químicos derivados de petróleo na fabricação de cosméticos, sabonetes, shampoos, detergentes, fármacos, sprays na agricultura, etc.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Tuba, tensão de membrana e disseminação de Listeria



Listeria é uma bactéria parasita intracelular que pode causar aborto, meningite e septicemia. Esta bactéria escapa do fagossomo e, no citossol celular, movimenta-se polimerizando monômeros de actina, um processo conhecido como "cauda de cometa". A actina propele a bactéria dentro do citoplasma em um movimento aleatório e, em algum momento, a bactéria chega a alcançar o limite da periferia celular. Em contato com a membrana celular, é empurrada para o exterior dando lugar a uma protrusão similar a um pseudópode (listeriópode) que penetra a célula vizinha (RAJABIAN et al., 2009).

Agora, foi descoberto um novo processo pelo qual a bactéria se dissemina célula a célula.

As membranas citoplasmáticas celulares exibem tensão que poderia impedir a entrada da bactéria. Contudo, Listeria produz uma proteína (InlC) que alivia esta tensão facilitando a disseminação da bactéria. A proteína InlC bloqueia a função de uma proteína da célula humana que ajuda a gerar a tensão - Tuba. As células epiteliais são tipicamente arranjadas na forma de favo de mel, minimizando a área de contato célula-célula, o que sugere que alguma tensão determina a forma do contato das células (OTANI et al., 2006).

Tuba é uma proteína multidomínio que, também, está envolvida em processo de rearranjo do citoesqueleto celular, tráfego de membranas, endocitose e em processos de mobilidade celular. A proteína Tuba liga-se à dinamina e a proteínas reguladoras da polimerização de actina. O bloqueio da formação de Tuba por RNA de interferência - RNAi - resulta em atenuação na alteração do citoesqueleto e na mobilidade celular (KOVACS, MAKAR & GERTLER, 2006; CESTRA et al., 2005; SALAZAR et al., 2003).


Otani, T; Ichii, T.; Aono, S.; Takeichi, M.. Cdc42 GEF Tuba regulates the junctional configuration of simple epithelial cells. J Cell Biol. 2006, 175(1): 135-146.

Rajabian, T.; Gavicherla, B.; Heisig, M.; Müller-Altrocks, S.; Goebel, W.; Gray-Owen, S.D.; Ireton, K.. The bacterial virulence factor InLC pertubs apical cell junctions and promotes cell-to-cell spread of Listeria. Nat Cell Biol., 2009.

Kovacs, E.M.; Makar, R.S.; Gertler, F.B. Tuba stimulates intracellular N-WASP-dependent actin assembly. J Cell Sci. 2006, 119 (pt13): 2715-2726.

Cestra, G.; Kwiatkowski, A.; Salazar, M.; Gertles, F.; De Camilli, P. Tuba, a GEF for CDC42, links dynamin to actin regulatory proteins. Methods Enzymol., 2005, 404: 537-545.

Salazar, M.A.; Kwiatkowski, A.V.; pellegrini, L.; Cestra, G.; Butler, M.H.; Rossman, K.L.; Serna, D.M.; Sondek, J.; Gertler, F.B.; De Camilli, P.. Tuba, a novel protein containing bin/amphiphysin, Rvs and Dbl homology domains, links dynamin to regulation of the actin cytoskeleton. J Biol Chem, 2003, 278 (49): 49031-49043.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Invadópodes...

INVADÓPODES

Em 1989, Chen denominou de "invadopodia" a estruturas especializadas observadas em células transformadas por vírus do sarcoma de Rous (RSV) que consistiam de protrusões da membrana citoplasmática envolvidas na degradação local da matriz extracelular. E, demonstrou que diferiam dos sítios de adesão na sua organização e na capacidade de degradar a matriz extracelular (CHEN, 1990).

Muelle, Yeh & Chen (1992) observaram que a fosforilação de tirosina das proteína ligadas à membrana pode contribuir para os eventos que ocorrem na membrana celular e no citoesqueleto que levam à formação e função de invadopedia que entram em contato e degradam proteoliticamente a matriz extracelular. Além disso, invadopedia direcionam a intensa degradação localizada da matriz extracelular concentrando colagenases associadas à membrana no sítio da invasão celular (MONSKY et al., 1993). Estas estruturas são capazes de degradar uma série de proteínas, inclusive fibronectina, colágeno tipo I, colágeno tipo IV e laminina (Kelly et al., 1994). Monsky et al. (1994) demonstraram, ainda, que a SEPRASE, um conjunto de protease de membrana que degradam gelatinase, e gelatinase A estão presentes em invadópodes de melanomas invasivos. Sendo proposto que há a formação de um complexo de protease ligado estrutura e funcionalmente à invadópodes que permitem a invasão de células neoplásicas na matriz extracelular (CHEN, 1986).


Chen, W.T.. Proteolytic activity of specialized surface protrusions formed at rosetre contact sistes of transformed cells. J Exp Zool 1989, 251 (2): 167-185.

Chen, W.T.. Transmembrane interactions at cell adhesion and invasion sites. Cell Differ Dev, 1990, 32 (3): 329-335.

Muelle, S.C.; Yeh, Y.; Chen, W.T.. Tyrosine phosphorylation of membrane proteins mediates cellular invasion by transformed cells. J Cell Biol, 1992, 119 (5): 1309-1325.

Monsky, W.L.; Kelly, T; Lin, C.Y.; Yeh, Y.; Stetler-Stevenson, W.G.; Mueller, S.C.; Chen, W.T.. Binding and localization of M(r) 72,000 matrix metalloproteinase at cell surface invadopodia. Cancer Res. 1993, 53 (13): 3159-3164.

Kelly, T.; Mueller, S.C.; Yeh, Y.; Chen, W.T.. Invadopodia promote proteolysis of a wide variety of extracellular matrix proteins. J Cell Physiol. 1994, 158 (2): 229-308.

Monsky, W.L.; Lin, C.Y.; Aoyama, A.; Kelly, T.; Akiyama, S.K.; Mueller, S.C.; Chen, W.T.. A potential marker protease of invasivenesse, seprase, is localized on invadopodia of human malignant melanoma cells. Cancer Res., Cancer Res., 1994, 54 (21) 5702-5710.

Chen, W.T.. Proteases associated with invadopodia, and their role in degradation of extracellular matrix. Enzyme Protein. 1996, 49 (1-3): 59-71.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Uma consulta ao PUBMED para TROGOCITOSE

A TROGOCITOSE

A trogocitose é um mecanismo de transferência intercelular de fragmentos de membrana e de moléculas dependente de contato.

Nenhuma célula é uma ilha, ou seja, não funciona de fato como unidades separadas, não são autônomas. Existem vários mecanismos de transferência intercelular de proteínas - trans-endocitose, trogocitose, transporte exosomal, liberação por nanotubos, dentre outras formas de transferência de proteínas dependente de contato. Há uma mistura de proteomas, especialmente entre células do sistema imune (Rechavi, Goldstein & Kloog, 2009).

LINFÓCITOS & CÉLULAS NATURAL KILLER

Linfócitos T, após adquirirem antígenos de células neoplásicas por trogocitose, promovem a desgranulação e secreção de IFN-gama por células natural killer (Domaica et al., 2009).


LINFÓCITOS & MIOBLASTOS

WASCHBISCH et al. (2009) demonstraram a transferência por trogocitose de fragmentos de mioblastos para linfócitos T. O processo foi dependente de ativação dos linfócitos, porém independnete de ligação a receptores nos linfócitos T, sensível à inibição da polimerização de actina e amplificação por ativação da proteína cinase C. O processo foi rápido e temporário, mas estimulou a proliferação de linfócitos T. Assim, a trogocitose pode modular a interação entre linfócitos T nos tecidos musculares esqueléticos.


TROGOCITOSE & RESISTÊNCIA A ANTI-NEOPLÁSICOS

A trogocitose pode ocorrer entre células de carcinoma ovariano e células mesoteliais, e resultar em quimiorresistência (a platina e a taxanos) das células neoplásicas por aquisição de proteínas próprias do mesotélio (Rafii et al., 2008).


TROGOCITOSE & UM MÉTODO DE ESTUDO

Um método para estudar a trogocitose foi desenvolvido - TRogocytosis Analysis Prococol (TRAP) - utilizando células apresentadoras de antígenos marcadas com sonda lipofílica fluorescente, em especial sondas com cadeias de carbono C16 e C18, saturadas, algumas das quais podem ser excitadas com um laser vermelho. É possível também combinar TRAP e detecção de citocinas intracelulares (DAUBEUF et al., 2009).

HEVAVI, O.; GOLDSTEIN I.; KLOOG, Y. Intercellular exchange of proteins: the immune cell habit of sharing. FEBS Lett. 2009, 583 (11):1792-1799.

DOMAICA, C.L.; FUERTES, M.B.; ROSSI, L.E.; GIRART, M.V.; AVILA, D.E.; RABINOVICH, G.A.; ZWIRNER, N.W.. Tumour-experienced T cells promote NK cell activity through trogocytosis of NKG2D and NKp46 ligands. EMBO Rep. 2009, 10 (8): 908-915.

WASCHBISCH, A.; MEUTH, S.G.; HERRMANN, A.M.; WROBEL, B.; SCHWAB, N.; LOCHMÜLLER, H.; WIENDL, H.. Intercellular exchanges of membrane fragments (trogocytosis) between human muscle cells and immune cells: a potential mechanism for the modulation of muscular immune responses. J Neuroimmunol. 2009, 209 (1-2): 131-138.

DAUBEUF, S.; BORDIER, C.; HUDRISIER, D.; JOLY, E.. Suitability of various membrane lipophilic probes for the detection of trogocytosis by flow cytometry. Cytometry A. 2009, 75(5): 380-309.

RAFII, A.; MIRSHAHI, P.; POUPOT, M.; FAUSSAT, A.M.; SIMON, A.; DUCROS, E.; MERY, E.; COUDERC, B.; LIS, R.; CAPDET, J.; BERGALET, J.; QUERLEU, D.; DAGONNET, F.; FOURNIÉ, J.J.; MARIE, J.P.; PUJADE-LAURAINE, E.; FAVRE, G.; SORIA, J.; MIRSHAHI, M.. Oncologic trogocytosis of an original stromal cells induces chemoresistance of ovarian tumours. PLoS One. 2008, 3 (12): e3894.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

domingo, 13 de setembro de 2009

Tradução

5'-3' exorribonuclease XRN-2 destrói microRNA

microRNA: reguladores das proteínas também são regulados


ScienceDaily - 13 de setembro de 2009.

Os RNAs atraiam pouca atenção dos pesquisadores até a descoberta de pequenos RNAs, os microRNAs. Eles agora estão tomando conta do cenário.

Os microRNAs ligam-se ao RNA mensageiro (mRNA) e regulam a tradução dos genes em proteínas.

A concentração de microRNA é cuidadosamente controlada pela produção e destruição (turnover). Os microRNAs permanecem estáveis por muitos dias depois de formados, assim considerava-se que suas funções possíveis eram muito restritas. Um microRNA persistindo por um período relativamente longo não poderia está envolvido em qualquer processo na célula que demandasse rápida adptação.

Em um trabalho publicado na Nature, Grosshans e colaboradores descrevem mecanismos de degradação ativa dos microRNA e sua regulação.

MicroRNAs controlam a tradução de RNAm em proteínas, e proteínas, por sua vez, regulam os microRNAs em vários níveis.

Através da regulação da degradação, é possível influenciar a atividade de microRNA. Isto significa que microRNAs podem estar envolvidos na regulação de processos rápidos.

Os microRNAS estão implicados no desenvolvimento de doenças, e muitos estudos tentam uma forma de repô-los ou inativá-los com fitas complementares de RNA. Contudo, é extremamente difícil alcançar o alvo para fins terapêutico, tornando incerto o sucesso por esta abordagem. Mas, neste estudo, Grosshans e col. identificaram uma proteína que degrada especificamente os microRNAs (5'-3' exorribonuclease XRN-2).

MicroRNAs são moléculas de RNA de fita simples, curtas que interagem com RNAm por pareamento. Eles inibem a tradução de RNAm em proteínas. Os microRNAS foram descritos inicialmente em 1993 no nematóideo Caenorhabditis elegans, e sua importância foi demonstrada em processos fisiológicos e patológicos também em seres vivos mais complexos. O termo microRNA foi criado em 2001.