A hipertensão arterial pulmonar, o aumento brutal da pressão no interior dos vasos que conduzem o sangue do coração para os pulmões considerado raro em boa parte do mundo, não é tão raro assim. No Brasil, este problema é pelo menos duas vezes mais comum do que se calculava, e se deve principalmente à esquistossomose, que atinge cerca de 200 milhões de pessoas no mundo (6 milhões só no Brasil). Os pesquisadores do InCor estimam que 13 mil brasileiros tenham hipertensão arterial pulmonar decorrentes de esquistossomose, número de casos algumas vezes maior do que o esperado para a forma idiopática da doença.
A hipertensão arterial pulmonar, um problema que se instala lentamente e começa a se manifestar a partir dos 40 anos de idade na forma de cansaço extremo e falta de ar ao realizar esforços físicos moderados, como andar rápido alguns quarteirões, e nos estágios mais avançados impede a realização de atividades corriqueiras como caminhar do quarto até a sala, escovar os dentes ou pentear os cabelos. Essa forma de hipertensão atinge uma população jovem, em idade produtiva, e pode gerar impacto importante do ponto de vista social, econômico e de qualidade de vida para os portadores da doença e seus familiares.
Nas pessoas com hipertensão pulmonar a pressão média no interior das artérias que transporta sangue rico em gás carbônico para os pulmões geralmente é superior a 25mmHg e pode atingir valores superiores a 100mmHg, enquanto o normal é 15mmHg. Essa pressão elevada é sinal de que o coração enfrenta mais resistência para levar o sangue até os pulmões, onde é oxigenado. O esforço extra faz o músculo cardíaco crescer e o coração aumentar de tamanho até se tornar incapaz de continuar a bater. Se não for tratada, pode matar metade dos portadores do problema em 2,5 anos.
Ainda não se sabe ao certo como a esquistossomose leva ao espessamento dos vasos sanguíneos pulmonares. Em todo os casos o tratamento consiste em controlar o problema e impedir seu avanço, já que ainda não há cura para a hipertensão arterial pulmonar. Os remédios mais adotados são os compostos que promovem o relaxamento dos vasos sanguíneos e diminuem a remodelação vascular, como os prostanóides, os antagonistas dos receptores de endotelina e os inibidores da enzima fosfodiesterase - deste último grupo, o mais usado é o sildenafil, o Viagra, usado para tratar impotência sexual masculina. O uso de desses medicamentos tem permitido aumentar e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
FONTE: Revista FAPESP on line. (resumo)
domingo, 3 de maio de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário