sábado, 29 de agosto de 2009

VISITE O BLOG patologiabyprofessor3f.blogspot.com




A execução de morte celular após um estímulo externo pode apresentar uma grande variedade de padrões distintos. Dois dos mais estudados e fenotipicamente distinguíveis padrões são APOPTOSE e NECROSE, que são caracterizados por critérios morfológicos típicos.

Durante a apoptose, células apresentam bolhas membranosas, fragmentação do DNA nuclear, condensação da cromatina e exposição de fosfatidilserina, que resultam em rápida remoção da célula que está morrendo.

Em contraste, durante a necrose, que tipicamente ocorre após dano excessivo por injúria química ou física, as células apresentam vacuolização citoplasmática e inchaço do citoplasmas e das organelas concomintamente a perda da integridade das membranas.

Apesar de a apoptose ser considerada como a principal forma de MORTE CELULAR PROGRAMADA enquanto a necrose é frequentemente considerada uma morte PASSIVA e não REGULADA, está claro agora que existe um grande variedade de formas intermediárias entre estes dois extremos, inclusive formas de necrose programada.

Outros tipos de morte celular programada incluem a autofagia, na qual os componentes celulares são auto-reciclados e ocorre acúmulo de vesículas autofágicas. Adicionalmente, outras formas conhecidas são a paraptose e a autocismose, que são caracterizadas por critérios específicos.

Certamente, o fenótipo exato de uma célula morrer é dependente de muitos diferentes fatores inclusive tipo de célula, contexto celular e estímulo de morte específico. Mudanças características que diferem entre as diversas formas também incluem modificações da forma e arquitetura celular, tais como alterações no citoesqueleto.

Um potente inibidor de uma enzima importante (SAAH) é o adenosina dialdeído (AdOx). A influência de AdOx sobre o ciclo e sobrevivência celular foi estudada e verificou-se que AdOx causa mudanças na distribuição do ciclo celular e estimula a morte celular em diferentes tipos celulares. Curiosamente, enquanto em baixas concentrações, AdOx cause apoptose típica, em altas concentrações, leva a uma forma nova de morte celular independente de caspase.

Esta forma de morte é caracterizada por incompleta condensação nuclear e agregação de actina.
Morfologicamente, este tipo de morte é caracterizada por protuberância do núcleo e formação de extensões citoplasmáticas.


O TEXTO ACIMA é uma tradução livre da introdução do artigo original citado a seguir:

Oncogene (2005) 24, 7002–7011. doi:10.1038/sj.onc.1208855; published online 27 June 2005

Methyltransferase inhibition induces p53-dependent apoptosis and a novel form of cell death

Christian Schwerk and Klaus Schulze-Osthoff

ENDOMETRIOSE

sábado, 15 de agosto de 2009

Síndrome de Reye



Sobre a síndrome de Reye, gostaria de transcrever aqui dois resumos ilustrativos.

Lemberg et al. Reyes's syndrome, encephalopathy, hyperammonemia and acetyl salicylic acid ingestion in a city hospital of Buenos Aires, Argentina. Curr Drug Saf. 2009 4(1): 17-21.

Um estudo de 20 casos de síndrome de Reye com diferentes níveis de encefalopatia, hiperamonemia e hipoglicemia associados a ingestão de AAS.

Todos os casos apresentaram hiperbilirrubinemia moderada, alanina e aspartato aminotransferases elevadas.

A mortalidade foi de 41,7%.

A descrição da influência da amônia sobre os tecidos cerebrais.

Glutamato é um neurotransmissor excitotóxico, capaz de produzir danos aos neurônios e astrócitos e induzir a apoptose. A presença de AAS promoveria o estabelecimento de transição da permeabilidade mitocondrial e a tumefação mitocondrial nos astrócitos, levando à hiperamonemia.

Nas síndrome de REye, hiperamonemia e talvez o aumento de glutamato são fatores desencadeantes dos danos cerebrais e encefalopatia.

Aspirina deve ser cuidadosamente administrada e controlada por profissionais. E os pais devem ser informados dos riscos de seu uso em crianças.

O outro resumo é do artigo:

Schrör. Aspirin and Reye Syndrome: a review of the evidence. Paediatr Drugs. 2007, 9(3): 195-204.

A explicação bioquímica para os sintomas tipo Reye e um distúrbio generalizado no metabolismo mitocondrial, eventualmente resultando em falha metabólica no fígado e em outros tecidos. A etiologia da síndrome de Reye clássica é desconhecida.

Hipoteticamente, a síndrome pode resultar de uma resposta incomum a infecções virais, que é determinada por fatores genéticos do hospedeiro mas pode ser modificado por uma variedade de agentes exógenos (toxinas, drogas e outros químicos).

Nos últimos anos, todos os casos relatados puderam ser explicados por herança genética ou maldiagnóstico. Isto pode ser devido ao progresso científicos como melhor entendimento das disfunções celulares e moleculares como fatores determinantes da doença. Alternativamente, a resposta imune e a virulência dos vírus podem ter mudado por alterações genéticas em seus códigos.

A sugestão de uma relação de causa e efeito entre ingestão de aspirina e a síndrome de Reye em crianças não encontra suporte suficiente. Mas, evidentemente, nenhum tratamento com drogas é desprovido de efeito colateral. Assim, uma análise da razão risco/benefício deve ser sempre considerada em todos os casos, inclusive para o uso de aspirina.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009