terça-feira, 22 de setembro de 2009

Invadópodes...

INVADÓPODES

Em 1989, Chen denominou de "invadopodia" a estruturas especializadas observadas em células transformadas por vírus do sarcoma de Rous (RSV) que consistiam de protrusões da membrana citoplasmática envolvidas na degradação local da matriz extracelular. E, demonstrou que diferiam dos sítios de adesão na sua organização e na capacidade de degradar a matriz extracelular (CHEN, 1990).

Muelle, Yeh & Chen (1992) observaram que a fosforilação de tirosina das proteína ligadas à membrana pode contribuir para os eventos que ocorrem na membrana celular e no citoesqueleto que levam à formação e função de invadopedia que entram em contato e degradam proteoliticamente a matriz extracelular. Além disso, invadopedia direcionam a intensa degradação localizada da matriz extracelular concentrando colagenases associadas à membrana no sítio da invasão celular (MONSKY et al., 1993). Estas estruturas são capazes de degradar uma série de proteínas, inclusive fibronectina, colágeno tipo I, colágeno tipo IV e laminina (Kelly et al., 1994). Monsky et al. (1994) demonstraram, ainda, que a SEPRASE, um conjunto de protease de membrana que degradam gelatinase, e gelatinase A estão presentes em invadópodes de melanomas invasivos. Sendo proposto que há a formação de um complexo de protease ligado estrutura e funcionalmente à invadópodes que permitem a invasão de células neoplásicas na matriz extracelular (CHEN, 1986).


Chen, W.T.. Proteolytic activity of specialized surface protrusions formed at rosetre contact sistes of transformed cells. J Exp Zool 1989, 251 (2): 167-185.

Chen, W.T.. Transmembrane interactions at cell adhesion and invasion sites. Cell Differ Dev, 1990, 32 (3): 329-335.

Muelle, S.C.; Yeh, Y.; Chen, W.T.. Tyrosine phosphorylation of membrane proteins mediates cellular invasion by transformed cells. J Cell Biol, 1992, 119 (5): 1309-1325.

Monsky, W.L.; Kelly, T; Lin, C.Y.; Yeh, Y.; Stetler-Stevenson, W.G.; Mueller, S.C.; Chen, W.T.. Binding and localization of M(r) 72,000 matrix metalloproteinase at cell surface invadopodia. Cancer Res. 1993, 53 (13): 3159-3164.

Kelly, T.; Mueller, S.C.; Yeh, Y.; Chen, W.T.. Invadopodia promote proteolysis of a wide variety of extracellular matrix proteins. J Cell Physiol. 1994, 158 (2): 229-308.

Monsky, W.L.; Lin, C.Y.; Aoyama, A.; Kelly, T.; Akiyama, S.K.; Mueller, S.C.; Chen, W.T.. A potential marker protease of invasivenesse, seprase, is localized on invadopodia of human malignant melanoma cells. Cancer Res., Cancer Res., 1994, 54 (21) 5702-5710.

Chen, W.T.. Proteases associated with invadopodia, and their role in degradation of extracellular matrix. Enzyme Protein. 1996, 49 (1-3): 59-71.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Uma consulta ao PUBMED para TROGOCITOSE

A TROGOCITOSE

A trogocitose é um mecanismo de transferência intercelular de fragmentos de membrana e de moléculas dependente de contato.

Nenhuma célula é uma ilha, ou seja, não funciona de fato como unidades separadas, não são autônomas. Existem vários mecanismos de transferência intercelular de proteínas - trans-endocitose, trogocitose, transporte exosomal, liberação por nanotubos, dentre outras formas de transferência de proteínas dependente de contato. Há uma mistura de proteomas, especialmente entre células do sistema imune (Rechavi, Goldstein & Kloog, 2009).

LINFÓCITOS & CÉLULAS NATURAL KILLER

Linfócitos T, após adquirirem antígenos de células neoplásicas por trogocitose, promovem a desgranulação e secreção de IFN-gama por células natural killer (Domaica et al., 2009).


LINFÓCITOS & MIOBLASTOS

WASCHBISCH et al. (2009) demonstraram a transferência por trogocitose de fragmentos de mioblastos para linfócitos T. O processo foi dependente de ativação dos linfócitos, porém independnete de ligação a receptores nos linfócitos T, sensível à inibição da polimerização de actina e amplificação por ativação da proteína cinase C. O processo foi rápido e temporário, mas estimulou a proliferação de linfócitos T. Assim, a trogocitose pode modular a interação entre linfócitos T nos tecidos musculares esqueléticos.


TROGOCITOSE & RESISTÊNCIA A ANTI-NEOPLÁSICOS

A trogocitose pode ocorrer entre células de carcinoma ovariano e células mesoteliais, e resultar em quimiorresistência (a platina e a taxanos) das células neoplásicas por aquisição de proteínas próprias do mesotélio (Rafii et al., 2008).


TROGOCITOSE & UM MÉTODO DE ESTUDO

Um método para estudar a trogocitose foi desenvolvido - TRogocytosis Analysis Prococol (TRAP) - utilizando células apresentadoras de antígenos marcadas com sonda lipofílica fluorescente, em especial sondas com cadeias de carbono C16 e C18, saturadas, algumas das quais podem ser excitadas com um laser vermelho. É possível também combinar TRAP e detecção de citocinas intracelulares (DAUBEUF et al., 2009).

HEVAVI, O.; GOLDSTEIN I.; KLOOG, Y. Intercellular exchange of proteins: the immune cell habit of sharing. FEBS Lett. 2009, 583 (11):1792-1799.

DOMAICA, C.L.; FUERTES, M.B.; ROSSI, L.E.; GIRART, M.V.; AVILA, D.E.; RABINOVICH, G.A.; ZWIRNER, N.W.. Tumour-experienced T cells promote NK cell activity through trogocytosis of NKG2D and NKp46 ligands. EMBO Rep. 2009, 10 (8): 908-915.

WASCHBISCH, A.; MEUTH, S.G.; HERRMANN, A.M.; WROBEL, B.; SCHWAB, N.; LOCHMÜLLER, H.; WIENDL, H.. Intercellular exchanges of membrane fragments (trogocytosis) between human muscle cells and immune cells: a potential mechanism for the modulation of muscular immune responses. J Neuroimmunol. 2009, 209 (1-2): 131-138.

DAUBEUF, S.; BORDIER, C.; HUDRISIER, D.; JOLY, E.. Suitability of various membrane lipophilic probes for the detection of trogocytosis by flow cytometry. Cytometry A. 2009, 75(5): 380-309.

RAFII, A.; MIRSHAHI, P.; POUPOT, M.; FAUSSAT, A.M.; SIMON, A.; DUCROS, E.; MERY, E.; COUDERC, B.; LIS, R.; CAPDET, J.; BERGALET, J.; QUERLEU, D.; DAGONNET, F.; FOURNIÉ, J.J.; MARIE, J.P.; PUJADE-LAURAINE, E.; FAVRE, G.; SORIA, J.; MIRSHAHI, M.. Oncologic trogocytosis of an original stromal cells induces chemoresistance of ovarian tumours. PLoS One. 2008, 3 (12): e3894.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

domingo, 13 de setembro de 2009

Tradução

5'-3' exorribonuclease XRN-2 destrói microRNA

microRNA: reguladores das proteínas também são regulados


ScienceDaily - 13 de setembro de 2009.

Os RNAs atraiam pouca atenção dos pesquisadores até a descoberta de pequenos RNAs, os microRNAs. Eles agora estão tomando conta do cenário.

Os microRNAs ligam-se ao RNA mensageiro (mRNA) e regulam a tradução dos genes em proteínas.

A concentração de microRNA é cuidadosamente controlada pela produção e destruição (turnover). Os microRNAs permanecem estáveis por muitos dias depois de formados, assim considerava-se que suas funções possíveis eram muito restritas. Um microRNA persistindo por um período relativamente longo não poderia está envolvido em qualquer processo na célula que demandasse rápida adptação.

Em um trabalho publicado na Nature, Grosshans e colaboradores descrevem mecanismos de degradação ativa dos microRNA e sua regulação.

MicroRNAs controlam a tradução de RNAm em proteínas, e proteínas, por sua vez, regulam os microRNAs em vários níveis.

Através da regulação da degradação, é possível influenciar a atividade de microRNA. Isto significa que microRNAs podem estar envolvidos na regulação de processos rápidos.

Os microRNAS estão implicados no desenvolvimento de doenças, e muitos estudos tentam uma forma de repô-los ou inativá-los com fitas complementares de RNA. Contudo, é extremamente difícil alcançar o alvo para fins terapêutico, tornando incerto o sucesso por esta abordagem. Mas, neste estudo, Grosshans e col. identificaram uma proteína que degrada especificamente os microRNAs (5'-3' exorribonuclease XRN-2).

MicroRNAs são moléculas de RNA de fita simples, curtas que interagem com RNAm por pareamento. Eles inibem a tradução de RNAm em proteínas. Os microRNAS foram descritos inicialmente em 1993 no nematóideo Caenorhabditis elegans, e sua importância foi demonstrada em processos fisiológicos e patológicos também em seres vivos mais complexos. O termo microRNA foi criado em 2001.