segunda-feira, 29 de junho de 2009

domingo, 28 de junho de 2009

Como causar uma lesão celular?


Primeiro - Roube a energia das células ou não as deixe produzir;
Segundo - Danifique a casa de força (mitocôndrias);
Terceiro - Jogue uma pá de cal;
Quarto - Faça um ataque oxidativo;
Quinto - Desestruture suas muralhas (membranas);
Sexto - Danifique seu código (DNA) ou seus produtos codificados (proteínas).

Estas receitas são as principais seguidas pelos eventos adversos às células.

O tipo de lesão celular, a duração e a gravidade da ação determinarão a lesão celular, na dependência do tipo, status, adaptabilidade e do fenótipo da célula alvo, sendo que os alvos celulares mais comuns são mitocôndrias, membranas celulares, síntese protéica, citoesqueleto e material genético.

A redução do suprimento de oxigênio e nutrientes, o dano mitocondrial e as ações de algumas toxinas causam depleção de ATP (esgota a energia celular). A depleção de ATP diminui (ou impossibilita) a atividade da bomba de sódio, aumenta a atividade glicolítica anaeróbica (com produção de ácido), permite o influxo de cálcio e desarranja o aparelho de síntese protéica.

Danos às mitocondrias promovem, além de perda de energia, a apoptose por liberação de fatores sinalizantes.

O aumento do cálcio citosólico ativa várias enzimas que prejudicam o funcionamento da célula - fosfolipases, proteases, endonucleases, trifosfatases de adenosina, além de ativação de capases e aumento da permeabilidade mitocondrial.

Os radicais livres causam peroxidação lipídica das membranas, ligação cruzadas das proteínas e fragmentação do DNA.

Defeitos da permeabiliade da membrana resultam em perda do equilíbrio osmótico e influxo de fluidos e íons, além do extravasamento de conteúdo de organelas membranosas, tais como lisossomos.

Danos ao DNA e às proteínas comumente acarretam em apoptose.

Câncer doença transmissível



TVTC








TUMOR FACIAL DO DIABO-DA-TASMANIA





O câncer é uma doença genética resultante de alterações que promovam um crescimento desequilibrado da população celular em um ser vivo. Vários aspectos interessantes são aprendidos no estudo deste tipo de acontecimento biológico.

Agentes físicos (radiações), químicos (cigarro) e biológicos (vírus) podem ser considerados agentes causais das alterações genéticas. Observe-se, portanto, que a transmissão de vírus pode oferecer a alguns tipos de neoplasias um caráter infeccioso.

Mas, o que se observa no tumor facial do diabo-da-tasmânia é algo extremamente inusitado, embora não seja o único exemplo do fenômeno. O que é transmitido de animal para animal é o próprio tecido neoplásico. Há uma espécie de enxerto do tecido neoplásico adquirido durante brigas entre os animais. Assim, o tecido neoplásico se espalha entre vários exemplares de diabo-da-tasmânia, agindo como um ser vivo, como um agente infeccioso.

A doença é importante porque acarreta a morte do animal devido a disfagia por lesões no focinho.

O tumor venéreo transmissível canino (TVTC) é um outro exemplo de um comportamento similar para tecidos neoplásicos, um comportamento neoplásico alogênico, sem necessidade de transformação neoplásica de células do hospedeiro.

A clonalidade e a imortalidade como conceitos importantes em oncologia estão bem representados nestas situações.

observação: O prof. Anilton Vasconcelos foi meu professor no curso de doutorado da UFMG. Ele é um dos autores do texto do primeiro slide.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Biosseguridade


No dia 18 de junho de 2009 (quinta-feira) estive em Recife, para participar do VI Seminário Nacional sobre Controle de Bens Sensíveis - Armas biológicas: uso dual x avanços biotecnológicos.

Foi empolgante verificar a preocupação institucional da Abin em relação aos temas relacionados, em especial, a biosseguridade e bioterrorismo.

O conceito de biosseguridade tratado no evento, e definido pelo prof. Dr. Alexandre Bello, referia-se a uma medida para aumentar a capacidade internacional de responder, investigar e mitigar os efeitos do uso terrorista de toxinas e armas biológicas.

O oficial int. Helton Miranda, coordenador-geral de inteligência externa (Abin) ressaltou os aspecto de realidade, e não ficção dos problemas relacionados a bioterrorismo. Alertou para a necessidade de uma interação entre pesquisadores e Abin na identificação de indivíduos que possam servir a interesses bioterroristas.

A necessidade ampliar os protocolos de cuidado, especialmente no acesso a informações e bens sensíveis, foi um ponto também bastante ressaltado.

Bem, embora tenha sido bastante desgastante me deslocar de aqui (Juazeiro do Norte) até Recife, depois de um dia puxado, e ainda ter que retornar após o Seminário, para mais um dia de trabalho, foi gratificante participar deste evento.

terça-feira, 16 de junho de 2009

ei, não eram RIBONUCLEOTÍDEOS?





Imagine, um material genético em que o esqueleto da molécula não seja baseado em ribonucleotídeos (ou desoxirribonucleotídeos). No lugar do carboidrato (ribose ou desoxirribose), imagine aminoácidos..... isto mesmo.... aminoácidos.... especificamente CISTEÍNAS.
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Foi o que imaginou Reza Ghadiri... o careca da foto ao lado... e criou o Ácido Peptídico-Nucléico tioéster (APNt) ou em inglês thioester peptide nucleic acid (tPNA).
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A arte apresentada aqui permite a comparação das duas estruturas DNA x PNA.
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Os aspectos mais importantes desta pesquisa ainda serão encontrados, certamente. Porém, dois pontos já podem ser apreciados.

O primeiro é o fato de que a codificação genética pode ter ocorrido de uma forma, inicial, ainda mais simples que o RNA. Acredita-se que antes de o DNA ser o material genético, houve um período conhecido como Mundo RNA. Agora, este estudo aponta um período pré-RNA. Não necessariamente um Mundo tPNA, mas algo similar.

O segundo ponto é a possibilidade futura de codificação em laboratório.
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Este estudo expande nossas possibilidades criativas, e nos estimula a observar o mundo que nos cerca por diferentes e diversos ângulos.
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sábado, 13 de junho de 2009

Processamento do RNAmi



Os RNAmi são pequenos reguladores com impacto global no organismo.

Os RNAmi são moléculas de RNA não-codificantes, pequenas, evolutivamente conservadas que regulam a expressão gênica no nível de tradução.

Apesar de sua descoberta em 1993, apenas nos últimos anos a diversidade e importância desta classe de genes foi evidenciada. Estima-se que o genoma de vertebrados codifique aproximadamente 1.000 RNAmi, que regulam 30% dos genes.

Os RNAmi são críticos para o desenvolvimento do organismo e diferenciação dos tecidos. Estão, ainda, envolvidos nos processos de infecção viral e associados à oncogênese.

Os RNAmi são transcritos como moléculas grandes de RNA, mas estas são processadas no núcleo (ribonuclease dsRNA específica - Drosha) em moléculas menores de RNA com formato de grampos de cabelo, os quais são transportados para o citoplasma (mecanismo dependente de exportina-5), onde são digeridas por ribonuclease específicas para dsRNA (Dicer). O RNAmi formado é então ligado a um complexo de silenciamento induzido por RNA (RISC). E por um mecanismo de pareamento, o RNAmi bloqueia ou reduz a tradução do RNAm, e, desta forma, a expressão do gene em questão.

Os RNAmi funcionais e maduros variam de tamanho entre 19-23 nucleotídeos e são resultantes do processamento de moléculas de RNApri-mi (primário e maior).

Os RNAmi, além de seu pequeno tamanho, caracterizam-se por ausência da cauda poliadenilada (poli-A) e modificação na extremidade 3'. Uma vez que são extremamente conservados e pequenos, diferenciam-se uns dos outros por apenas 1-2 nucleotídeos.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Possível cura para o câncer de fígado


Bruno Moreira e Fabrício Gouveia contribuiram para esta postagem a partir da Science Daily.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

o quarto RNA....


O sistema RNA celular é um sistema especializado em passar da mensagem à ação.

O que a célula traz de mais ancestral, seu código, este sistema transcreve e traduz em produto.

O DNA guarda uma cópia matriz das informações do ser vivo, enquanto o sistema RNA operacionaliza o processo.

Todos os RNAs estão voltados a este processo. Assim, é que o RNAm representa a cópia do gene, que se desloca para o citoplasma, onde a ação de produção da proteína codificada é realizada.

O RNAr interpreta o código, e com os ingredientes disponibilizados pelos RNAt, i.e., os aminoácidos, catalisa a formação de proteínas.

Assim, comparando com o processo culinário, o RNAm representaria a receita, o RNAt traria os ingredientes, enquanto o RNAr faria o papel de cozinheiro. O produto final é o bolo, representado pela proteína.

Mas, eis que surgem mais um personagem no processo - o RNA micro ou RNAmi.

Este tem um papel de bloquear o RNAm, ou até mesmo fragmentá-lo. Assume, pois, um papel de regulador da síntese proteica. É como se fosse o cadeado do livro de receita.

RNAm = RNA mensageiro; RNAt = RNA transportador; RNAr = RNA ribossômico; RNAmi = RNA micro.

domingo, 7 de junho de 2009

Vacina contra HPV.... uma tirinha.


- Marcinha, você já vacinou a Aninha contra HPV?
- HPV? mas ela só tem nove anos!

- Então, ela tá na idade certa. A vacina é pra meninas a partir dos nove anos e de preferência sem experiência.
- Nossa. Mas eu nem sabia que existia.

- É nova, mas é 100%. Diz que é contra quatro tipos do vírus.
- Ah... mas... e quanto custa?.... R$?...

- Vixe! aqui no Brasil é cara. Quatrocentos reais cada dose. E são quatro doses!
- Ops! realmente é cara. Mas vou fazer um esforço. Afinal, posso está livrando-a de um câncer.

- E nós? também podemos tomar?
- Pena que não sirva pra nós....

- Carmem, muito obrigada pela informação, viu? Vou agora mesmo levar a Aninha ao pediatra.
- De nada, amiga. A vacina pode ser tomada até 26 anos.

- Aninha, filha. Veste esta roupa que vamos ao médico.
- Fazer o que no médico, mãe?

- Mamãe, vai zelar por sua saúde, amorzinho. Pois sua saúde é sua maior preciosidade.
- Ah, mãe. Então, vamos logo.

Pergunta recorrente...

A natureza não dá saltos, ela utiliza de seus recursos em várias situações.

Um processo patológico utiliza as mesmas vias bioquímicas que as células "normais" utilizam.

A trombose ocorre pelo processo de hemostasia.

A neoplasia ocorre por multiplicação celular - pois, a mesma e velha mitose.

Fibrose é um processo de reparo. E por aí vai. Não há propriamente uma invenção.

E politicagem onde começa?

sábado, 6 de junho de 2009

A integridade das fundações de um tecido são importantes para o reparo


A matriz extracelular (matriz intersticial e membrana basal) cumpre várias funções como suporte mecânico, controle do crescimento celular, manutenção da diferenciação celular, arcabouço para renovação tecidual, estabelecimento de microambientes teciduais e armazenamento e apresentação de moléculas reguladoras.

O processo de regeneração depende da integridade da matriz extracelular. Caso esta esteja danificada, o processo que ocorre é o de cicatrização ou fibrose.

A capacidade dos tecidos em regenerar depende, também, da capacidade proliferativa de suas células. Os tecidos que se dividem continuamente são capazes de regeneração por possuir um pool de células-tronco.

Tecidos estáveis possuem capacidade limitada para se regenerar, sofrendo comumente cicatrização. Os tecidos permanentes são ainda mais propensos a cicatrização do que os estáveis.

Portanto, pode-se afirmar que estas duas características - integridade da matriz extracelular e capacidade proliferativa do tecido - são determinantes do destino reparativos dos tecidos.

E a terceira intenção?


A cicatrização de feridas pode ocorrer por primeira, segunda ou terceira intenção, considerando-se a natureza da ferida.

A cicatrização por primeira intenção ocorre quando há aproximação intencional das bordas da ferida, comumente após incisão cirúrgica. Neste caso há morte de relativamente poucas células e a regeneração predomina sobre a fibrose.

Quando houver perda celular mais acentuada (infartos de órgãos parenquimatosos, grandes feridas, abscesso e úlceras) o processo de reparo é mais complexo, a reação inflamatória é mais intensa, ocorre abundância de tecido de granulação, seguido por acúmulo de matriz extracelular e formação de uma cicatriz. Uma caracterísica deste tipo de cicatrização é a contração da ferida por ação dos miofibroblastos. É a cicatrização por segunda intenção.

No dicionário digital de termos médicos 2007 organizado pela enfermeira Érida Maria Diniz Leite encontra-se a seguinte definição para cicatrização por terceira intenção:

"Método de cicatrização pelo qual a aproximação cirúrgica das bordas da ferida é postergada e a continuidade tegumentar é restabelecida pela aproximação de granulações apostas".

Tecido de granulação


A destruição do parênquima de alguns órgãos é sucedida, não pela reposição integral deste (regeneração), mas por um tecido conjuntivo (fibrose). Este processo é também uma forma de reparo dos tecidos, e começa em até 24 horas após a lesão, pela emigração de fibroblastos e indução da proliferação de fibroblastos e células endoteliais.

Um tipo de tecido especializado se forma nos primeiros dias (3-5 dias). É o tecido de granulação que tem um aspecto granular, rosado e de consistência mole. Histologicamente, observa-se proliferação de fibroblastos e capilares recém-formados, delicados, de paredes finas, em uma matriz extracelular frouxa.

A fotomicrografia acima é do site http://library.med.utah.edu/WebPath/webpath.html que tem uma coleção de imagens excelentes e textos fáceis de entender.

Na imagem você pode observar a superfície da pele reepitelizada e logo abaixo uma área de tecido de granulação. Esta imagem corresponde ao quadro encontrado uma semana após uma excisão. Depois de um mês o quadro estará completamente diferente e se observará uma grande área com grande quantidade de colágeno.

Reperfundir também leva a danos


Reperfusão é a restauração de fluxo sanguíneo para tecidos após um período sob isquemia. A reperfusão é desejável e deve restaurar a capacidade vital das células, melhorando as condições do tecido.

Porém, se ocorrer um período muito prolongado de isquemia, pode, paradoxalmente, resultar em lesão acerada e acentuada, ampliando a área necrosada. Isto ocorre porque a reoxigenação das células resulta também (1) na formação local de radicais livres (espécies derivadas do oxigênio), (2) em um ambiente com defesas antioxidantes comprometidas. Além disso, a reperfusão resulta em inflamação com maior número de leucócitos que lesam o tecido, e por ativação de proteínas do sistema complemento que se acumularam no tecido isquêmico e são agora ativadas pelo restabelecimento do fluxo sanguíneo.

Assim, ao estimular a reperfusão para tecidos ou órgãos isquêmicos, prepare-se para se deparar, também, com um aumento de danos.

Para uma população celular crescer é necessário


Quando uma célula vai sofrer multiplicação, ocorre a ligação de um fator de crescimento a um receptor específico na membrana celular, que resulta em transdução de sinal para o núcleo e indução e ativação da transcrição do DNA.

Em neoplasias, células cancerosas adquirem auto-suficiência no crescimento obtendo a capacidade de sintetizar fatores de crescimento aos quais elas respondem, ou ainda estimulam a superprodução de um fator de crescimento ao seu redor.

Outra forma de desequilíbrio do crescimento celular comum em neoplasias é a superexpressão ou mutação de receptores de fator de crescimento, ocorrendo estímulo para a transdução de sinal mesmo na ausência do fator de crescimento no ambiente, ou na presença de quantidade que normalmente seria insuficiente para causar multiplicação celular.

Proteínas sinalizadoras também podem ser alvo de mutação e provocar contínua proliferação celular, bem como pode haver alterações nos genes que conduzem o ciclo celular.

Nas situações descritas acima, referimo-nos a PROTOONCOGENES (ou oncogenes). Mas, o câncer pode ser resultante de uma insensibilidade da célula aos sinais inibidores do crescimento celular. Os produtos derivados destes genes são proteínas que funcionam como "freios" à proliferação celular, por conduzir a célula para uma fase quiescente (G0) ou uma fase diferenciada sem potencial mitogênico. Nestes casos, falamos em GENES SUPRESSORES DE TUMOR.

Mutações em GENES que regulam a APOPTOSE podem resultar em neoplasias, porque permitem que as células evadam da morte celular programada e se acumulem.

Finalmente, devemos lembrar que defeitos nos GENES DE REPARO DO DNA também estão relacionados ao surgimento de neoplasias, porque permitem o acúmulo de erros no DNA, os quais podem inclusive atingir um dos grupos genéticos anteriormente citados e assim promover (ou permitir) a proliferação celular descontrolada.

Enfim, quando se discute a genética das neoplasias, não se pode esquecer destes grupos genéticos - protooncogenes, genes supressores de tumor, genes da apoptose e genes de reparo do DNA. Embora, possamos imaginar o envolvimento de outros erros genéticos associados ao câncer, tais como genes relacionados ao sistema imunológico e a codificação de miRNA. Mas, isto é assunto para outro dia.

Comentário adicional (13 de junho.09). O RNAmi (miR-155) comporta-se como um produto de genes supressores de tumor.

Dorsett et al. MicroRNA-155 Supresses Activation-Induced Cytidine Deaminase-Mediated Myc-Igh Translocation. Immunity, v.28, n.5, p.630-638, 2008.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Síndrome Down: negros e brancos 1:1


Para Paulo Alberto Otto (USP), apesar de a síndrome Down não fazer distinção de cor antes do nascimento, no decorrer da vida, as chances de se manter vivo é o dobro para brancos quando comparados com pessoas negras, como revelado por um estudo realizado nos Estados Unidos em 2001.

Assim, vale a pena chamar atenção para este problema: a prevalência de síndrome Down não difere entre as diferentes cores de pele em seres humanos - ou seja, ocorre síndrome Down entre negros, brancos, asiáticos, e assim por diante.

Surge uma importante pergunta: Por que não percebemos a presença de pessoas negras com síndrome Down na mesma intensidade que verificamos entre brancos?

Algumas hipóteses são: (1) pessoas negras com síndrome Down morrem em idade inferior quando comparadas com pessoas brancas, ou seja, realmente há mais pessoas brancas com síndrome Down sobreviventes do que pessoas negras; (2) pessoas negras com síndrome Down não têm a mesma visibilidade que pessoas brancas, ou por não terem a mesma oportunidade social ou por não estarem presentes na mídia na mesma intensidade.

Enfim, de qualquer forma isso só reforça a certeza da presença de um racismo ainda presente dentro de nossa sociedade.